Porque descansar nem sempre é a melhor opção
… por vezes, afastar resulta em maior inquietação e stress.

Sempre ouvi que as pausas regulares ao longo do dia e os períodos de descanso são não só importantes como vitais para o bem-estar físico e mental. Através do descanso relaxamos, dormimos, recuperamos a energia e restabelecemos a vitalidade crucial que nos permite raciocinar. Sim, é verdade!

Não retirando o valor do descanso, a questão que encontro com este conselho é que nem sempre funciona. Pelo menos comigo não funciona! 

Não consigo simplesmente e só porque decidi desligar o cérebro entrar em uma espécie de hibernação e esquecer tudo o que me preocupa.

Afastarmo-nos evitando ou adiando o que nos incomoda é algo contranatura pois somos enquanto, animais racionais, solucionadores de problemas. 

E, por vezes, afastar resulta em maior inquietação e stress.

Defendo que é preferível identificar e abordar a causa, não o efeito e interrogo-me o que me fez se sentir stressada. Ocorre-me que frequentemente resulta do desfoco do que que é importante e que tem origem nos hábitos que adquiri inconscientemente! Os meus dias não são iguais o que me obriga a constantemente priorizar o que quero e devo fazer. 

O nosso cérebro é surpreendente; regula os sistemas essenciais de suporte à vida; permite-nos aprender, crescer, desenvolver e tomar decisões. Infelizmente, também podem ser o nosso pior inimigo porque não sabem a diferença entre algo importante e algo não importante. Se algo precisa ser feito, o cérebro continuará a lembrar de que precisa ser feito até que o façamos ou decidamos que não precisamos fazê-lo. O que o "nosso cérebro" quer mesmo é que decidamos o que fazer! E esta decisão pode ser de o fazermos nós mesmos ou eventualmente delegar ou decidir não fazer!

Reconheço que aprender a tomar decisões não é uma ciência; é uma arte! Quanto mais praticamos a tomada de decisões sobre o que precisa ser feito, quando precisa de se feito e por quem, mais rápida e eficazmente tomamos decisões. Sei que não consigo resolver todas as preocupações de uma só vez. Quando o faço dou comigo às voltas com os diferentes cenários que acabam por me esgotar e fazer perder a paciência. 

A "técnica" que melhor resulta comigo é escrever numa folha branca o que me preocupa quase como titulo, as possíveis soluções, se estão no meu controlo e o que posso de imediato (ou no dia seguinte)! Hoje quase sempre que faço este exercício descubro que muitas vezes parte da solução está no meu controlo. Hoje também sei que quase sempre o que me incomoda está relacionado com os meus valores. Com o que valorizo e que por alguma situação me encontro num conflito interno com alguma situação, às vezes comigo mesmo. Acredito que quando as prioridades estão associadas ao que valorizo é mais fácil tomar as decisões.

Concluo então que fugir das situações raramente resolve alguma coisa. Parar, respirar e olhar para a causa das preocupações e, em seguida, lidar com as coisas uma de cada vez é a forma mais simples e melhor de lidar com essas inquietações e retomar controlo do tempo e da minha vida. E então, se posso decidir que preciso descansar, fico mais relaxada e capaz de aproveitar a pausa!

As minhas rotinas de Agosto!
A clareza e tranquilidade que esta rotina me traz supera a possibilidade de haver uma crise porque algo não foi contemplado!