Defendo que a maioria de nós estaria muito melhor se tivesse menos opções! Sofremos em demasia para termos a certeza que estamos a fazer a escolha certa… levando a um estado elevado de ansiedade e insatisfação!
Já todos experimentamos o paradoxo da escolha quer seja por compras (de presente para um amigo ou familiar, por exemplo) em que damos voltas no shopping, entramos e saímos de lojas sem saber o que comprar; na escolha de um filme ou serie na Netflix em que vemos o resumo e entretanto passou 1 hora e nada vimos até ao final…
São cenários em que se pressupõe que uma grande variedade dá ao cliente a maior opção de escolha logo maior satisfação. Há situações em que tal é verdade. Outras em que torna o processo de compra tão desgastante que acaba por nos afastar mais do que atrair. pelo menos comigo é assim!
A um maior numero de opções de escolha está associado uma maior liberdade! Também uma maior limitação na nossa capacidade de decisão. Então será liberdade ou limitação? Barry Schwartz, psicólogo norte-americano, especializado na interseção entre a psicologia e a economia explicou o conceito!
À medida que as opções de escolhas aumentam, pela cultura de consumo que vivemos, a autonomia, o controlo e a liberdade que essas opções trazem é definitivamente algo positivo! No entanto, na medida em que a quantidade de escolhas continua a crescer, surgem os aspectos negativos pelo número infinito de opções muitas vezes não perceptíveis que acabam por se traduzir na "não escolha"!
E mesmo que seja possível ultrapassar este estado de "não escolha" e optar por "uma opção" poderá surgir outra questão que é: o quão satisfeitos ficamos com a nossa decisão! Surge o conceito FOMO (fear of missing out) que pode ser traduzido para “medo de ficar de fora”. e que está associado ao sentimento de ansiedade caracterizado pela necessidade constante que uma pessoa tem de saber o que (na sua opinião!) estão a perder.
O aumento de opções torna-se assim um problema e dificuldade e não uma solução e ajuda! Daí o "paradoxo da escolha", Barry argumentar que este é um problema da educação das sociedades modernas ocidentais: não é suposto contentarmo-nos com nada, a menos que seja o melhor e, nunca sabemos na totalidade se a opção que fizemos é realmente a melhor!
Múltiplas escolhas são desgastantes para o nosso cérebro pelo tempo e esforço mental na análise com impacto direto na nossa produtividade. Por vezes a liberdade de não ter que escolher é algo igualmente satisfatório!
A minha sugestão logo que regresse de férias decida 1 área de foco para o trimestre (marketing, vendas, operações, recrutamento…) e associe 3 objetivos intermédios a alcançar nessa área. Identifique o responsável a atribuir para ter a certeza que estará controlado. Se tiver mais que uma área de foco, defina os objetivos intermédios e outro responsável…
A equipa estará orientada pois o foco foi estrategicamente pensado e decidido! A liberdade virá de não ter que pensar nem se perguntar qual o foco do mês ou o rumo a seguir ou estratégias chave…
PS: as férias servem também para isso… não termos que pensar! Desfrutar do vento, da praia, do mar, da família… isso sim, é a verdadeira liberdade!