O Pai, o Líder e... São José!
... a liderança paternalista!

Na semana em que celebramos o dia Pai e em que infelizmente perdemos um dos grandes Líderes industrial português reflito sobre formas diferentes de liderar. As carismáticas, as verdadeiras, as que genuinamente se preocupam e focam no bem da sua equipa... e fazendo jus ao mês ocorre-me a Liderança Paternalista!

Verifico que em várias empresas com quem tenho trabalhado ao longo de estes 28 anos, predomina uma relação dono/equipa muito semelhante à de pai(mãe)/filhos. O líder sabe o que é melhor para a equipa porque decide em função das necessidades do negócio. Assume a maior parte das decisões e explica as razões fundamentais que o levaram a toma-las. Em suma, o líder concentra em si toda responsabilidade por decisões relativas à equipa, aos clientes ou ao negócio em si.

Afinal é o que, a seu ver, é esperado de “um bom Pai”!

Há vantagens que constato – sem exagero ou tende para o autoritário – e poderá ser uma abordagem muito motivadora e eficiente. A equipa sente-se segura e sendo esta uma das necessidades básicas dos seres humanos faz com que o empenho, compromisso e a motivação sejam elevados. Cria-se um ambiente que favorece a partilha de sugestões de melhoria (mesmo que saibam que a decisão final é sempre do dono, que no caso de não as acatar, dará razões muito lógicas para não o fazer).

Poderá haver desvantagens muito semelhantes às das famílias mais tradicionais – em que o pai toma a decisão e os filhos obedecem – que é a da equipa se acomodar a uma atuação mais confortável e, não tomando decisões, umas boas e outras menos, não desenvolvem algumas das softs skills tão importantes como a simples “Analise e Tomada de Decisão” ou “Pensamento Critico” ou “Capacidade de Resolução de Problemas Complexos”. O não desenvolvimento destas competências poderão ser fatais para o sucesso do negócio e por consequência da empresa.

Cuidar da equipa, acredito que significa também proporcionar-lhe sistemas, manuais com procedimentos e processos e complementar com formação ajustada para que desenvolvam as competências técnicas do negócio e outras comportamentais como comunicação ou liderança.

Assim a definição de OBJECTIVOS a alcançar em função da Visão do Líder surgem naturalmente. A clarificação das REGRAS, standards e normas em função dos valores que o Líder defende (e outras que a equipa complemente) não são esquecidas. Depois há que ter um PLANO – quem faz o quê, quando e como. E desta forma não restará grandes dúvidas à equipa de como deve proceder. Haverá algum risco! Sim, é um facto! O Líder lá estará para APOIAR O RISCO, ENVOLVENDO e /ou INCLUINDO quem entender que o deva fazer. 

Esta semana também celebramos o dia de São José que foi conhecido como “o Justo”. O que “soube falar” e o que “soube calar”, oportunamente! Ser Justo, saber Falar, saber Calar e Proteger… faz-me pensar que serão algumas das características que qualquer Líder, nos dias de hoje, deveria ter! Acredito que qualquer Pai (com P maiúsculo) e o Líder (com L maiúsculo) que perdemos, também as tem/tinha!

Porque remoemos!
(especial mulheres😀 )