No comunicado que Marcelo Rebelo de Sousa fez ao pais, no seguimento do falecimento do Papa Francisco - houve uma frase que retive - "Necessitamos de uma paz digna e justa."
Confesso que me intrigou pois pareceu-me redundante. Afinal, se há paz, significa que está tudo bem, certo? Bom, apesar de a mesma ter sido proferida num contexto geopolítico… fiquei a matutar como pode a mesma ser aplicada às nossas empresas!
E… sim, observo por vezes situações de paz - e vou aqui definir como ausência de conflito - que não são nem dignas, nem justas! Alguns exemplos poderão ser:
Equipas onde reina o silêncio, mas apenas porque as pessoas têm medo de falar.
Reuniões sem conflito... também sem ideias novas, sem entusiasmo, sem confronto saudável.
Empresas onde os todos parecem “em paz”, e alguns vivem em apatia ou desmotivação.
E foi nesta reflexão que conclui que de facto a paz, para ser verdadeira, tem de ser digna e justa...
Uma Paz Digna: pode significar o Respeito e Reconhecimento
Significa por exemplo que cada colaborador é reconhecido, ouvido e valorizado — não apenas como uma função, mas como ser humano. Na prática, paz digna pode ser uma comunicação aberta e transparente, a valorização do mérito e do esforço e Lideranças humanas...
Paz Justa: Equidade e Justiça Organizacional
Uma paz justa assenta na equidade — ou seja, garantir que todos têm as mesmas oportunidades de crescer, contribuir e ser tratados com justiça, mesmo que de formas diferentes. Podem ser processos de avaliação claros e objetivos, promoção da inclusão, políticas que respeitam a vida pessoal...
E os resultados pode ser:
Equipas mais motivadas e comprometidas
Retenção de talento porque as pessoas sentem que pertencem
Clima de inovação e colaboração
Reputação sólida junto de clientes, parceiros e comunidade
Empresas que florescem. Crescem. Tornam-se sustentáveis — porque as suas fundações são humanas e sólidas.
Finalizando...
Nem toda a paz é boa paz. Há paz baseada no medo. Há paz comprada pelo silêncio. E há paz que é, na verdade, conformismo. Mas há também a outra paz. Aquela que transforma equipas em comunidades. Líderes em exemplos. E empresas em legados.
Essa é a paz que vale a pena construir .... a digna e justa!